IA será o vetor mais importante para commodities – e petróleo ficará para trás

Jul 26, 2025 - 05:00
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IA será o vetor mais importante para commodities – e petróleo ficará para trás

O petróleo é um terço da energia do planeta e de suma importância, mas a tendência para a commodity é de baixa, na avaliação de Ruy Alves, sócio e co-gestor dos fundos multimercados da Kinea, e Andrew Reider, diretor de investimentos da gestora WHG Asset Management, em painel durante a Expert XP.

“O petróleo é importantíssimo e fundamental para a economia, mas está entrando muita oferta [no mercado]”, aponta Rui Alves, não havendo um aumento só no Brasil (o que é positivo para a balança nacional). Além disso, a China vem demandando mais carros elétricos, levando a uma demanda declinante.

Além disso, de forma surpreendente, Reider reforça que os recentes conflitos no Oriente Médio, que normalmente levariam a um aumento da incerteza e elevariam os preços do petróleo, na verdade mostraram uma menor percepção de riscos geopolíticos.

Isso porque acabaram por mostrar os adversários dos EUA em uma posição debilitada e que sugere um cenário de maior estabilidade na região – o que diminui o prêmio de risco e leva a uma tendência baixista para o preço do barril.

“Há vários riscos no mercado e estão preocupados, com inflação e tarifas. Contudo, no final das contas, AI (inteligência artificial) é o fator mais importante e está dominando o mercado para o bem e para o mal”, avalia o gestor.

“Quando pensamos em energia, temos que pensar pela lente de AI”, complementa Reider, destacando energias alternativas, como nuclear e urânio, além da grande fonte de energia do gás natural. Assim, essas fontes são vistas como alternativas viáveis para atender à demanda crescente.

Ruy Alves concorda com a tese e aponta que haverá um consumo enorme de energia com a inteligência artificial – e por uma razão simples: “a coisa mais cara do mundo é inteligência. (…) Se há um cenário em que se consegue substituir mecanicamente a inteligência por preço de energia, o mercado vai querer trazer quanta energia for necessária para suprir essa inteligência artificial”, aponta.

Ele reforça a visão positiva para o gás natural dos EUA, o maior produtor do mundo; no momento, o país produz muito mais do que pode consumir e tem que exportar. “Quando exporta, sobra menos nos EUA, então o preço deve começar a subir no país. Gostamos de gás natural, gostamos de empresas que façam turbina de gás”. Um ponto crucial nesta análise, aponta Alves, é que a inteligência artificial precisa de energia constante – o que dá energia constante não é eólica (dependente de vento) nem solar (depende de Sol).

“O que dá energia constante é gás natural e urânio”, sendo que as hidrelétricas estão chegando ao seu limite de capacidade, por conta de preocupações ambientais e pela necessidade de diversificação na matriz energética.

O cobre também foi mencionado como uma commodity importante, com expectativas de alta nos preços, refletindo sua relevância na indústria moderna.

Sobre o ouro, a situação geopolítica resultou em um aumento na compra de reservas por bancos centrais, o que sugere uma tendência de valorização contínua para esse metal adiante.

Sobre commodities agrícolas, a perspectiva é de queda de preços, dada a produção de grãos no Brasil e nos Estados Unidos robusta nos últimos anos. Contudo, para o Brasil, Alves avalia que este movimento não é necessariamente ruim, por conta das expressivas quantidades de venda.

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