Caiado e Tarcísio ignoram culpa de Bolsonaro no tarifaço, diz ministro

O ministro da AGU (Advocacia Geral da União), Jorge Messias, criticou no sábado (26.jul.2025) “governadores de direita” que comentaram os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos, mas escolhem “ignorar” o peso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas medidas contra o Brasil.

Messias não citou nomes, mas mencionou que os chefes dos Estados falaram recentemente em um “evento econômico”

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No mesmo dia das críticas, 3 governadores participaram do evento Expert XP, em São Paulo, e comentaram o tarifaço de Trump:

• Ratinho Junior (PSD), do Paraná – “O Brasil se vitimiza demais, o Trump fez isso com a China, com Índia, com o Canadá, com o México”;
• Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo – “A gente está vendo que isso [tarifaço de Trump] pode trazer um efeito que pode variar de 0,3% a 2,7% do PIB. A gente pode estar falando de 44.000 a 120 mil empregos a menos”;
• Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás – “O Brasil fica cada hora com uma ‘frasezinha’ de efeito, tipo ‘ah, o imperador do mundo’”.

O ministro da AGU afirmou que os governadores apoiam a família Bolsonaro, a quem chamou de “clã político”.

“Os sérios prejuízos que as sanções econômicas podem causar ao povo brasileiro foram traiçoeiramente fomentadas pela família Bolsonaro, clã político apoiado por esses mesmos governadores”, escreveu Jorge Messias em seu perfil no X (ex-Twitter).

Um dos motivos para Trump impor uma tarifa de 50% contra o Brasil foi o julgamento contra Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado. O presidente dos EUA já pediu que a ação na Justiça fosse interrompida “imediatamente”.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem culpado o ex-presidente pela guerra comercial. A nova taxa está marcada para começar a partir de 1º de agosto.

Apesar das menções políticas, os Estados Unidos também apontaram justificativas econômicas para a medida.

Desde março, o país tem acusado o Brasil de adotar práticas protecionistas, como barreiras burocráticas e altas taxas sobre produtos importados norte-americanos, baseando-se em dados oficiais de comércio bilateral.