Baptista Junior diz que sofreu ataques por não aderir ao plano de golpe

O ex-comandante da Aeronáutica durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), que sofreu ataques por não ter aderido ao plano de golpe.
“Ataques irresponsáveis, infrutíferos (…) Foram muitos ataques a mim e a minha família”, disse durante depoimento nesta terça-feira (15), na condição de testemunha do chamado “núcleo 4” do inquérito que apura a existência de um plano de golpe de Estado no país.
De acordo com ele, o intuito das ofensas era mudar sua “postura legalista”.
“Não tenho dúvidas de que os [ataques] que foram direcionados a mim e ao general Freire Gomes tinham, em grande parte, o desejo de fazer com que nós mudássemos a nossa postura legalista”, completou.
Desde o início das investigações que apuram um plano de golpe de Estado, após a eleição de 2022, com intuito de manter Bolsonaro na cadeira da Presidência e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Baptista Junior sempre foi indicado como alguém que se posicionou contra essa ideia.
No final de maio, também em depoimento à Suprema Corte como testemunha, o ex-comandante já tinha comentado sobre os ataques e afirmou que chegou a participar de uma reunião, que teria acontecido no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022, em que o ex-comandante na Aeronáutica, o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, levou um documento para ser analisado por ele e pelos demais chefes das Forças Armadas.
De acordo com Baptista Junior, assim que percebeu o conteúdo do material, recusou sequer recebê-lo e saiu da reunião.
Depoimentos no STF
O STF deu início, na última segunda-feira (14), aos depoimentos das testemunhas da PGR (Procuradoria-Geral da República) e das defesas dos réus dos núcleos 2,3 e 4. A previsão é de que essas oitivas sejam realizadas até a próxima quinta-feira (23).
As testemunhas estão depondo por videoconferência. Na sala, não é permitida gravação por jornalistas, mas as gravações pela própria Corte serão adicionadas aos autos do processo.
As oitivas do núcleo 4 foram realizadas nesta terça-feira (15) e devem se estender até a quarta-feira (16).
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