Trump exige a volta dos Redskins

Jul 21, 2025 - 16:44
Jul 23, 2025 - 00:22
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Trump exige a volta dos Redskins

A declaração em tom de ameaça feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de negar apoio para a construção do novo estádio da franquia de Washington da liga de futebol americano NFL reacende a polêmica do uso de nomes indígenas como mascotes das equipes esportivas. Desde 2020, a equipe deixou de se denominar Redskins (peles-vermelhas), passando primeiro para Washington Football Team até se definir como Commanders desde 2022.

“Posso impor a eles uma restrição de que, se não mudarem o nome de volta para o original ‘Washington Redskins’ e se livrarem do ridículo apelido ‘Washington Commanders’, não farei um acordo para que construam um estádio em Washington”, disse Trump nesta segunda-feira (21) em um post em sua plataforma Truth Social.

A ameaça está inserida ao combate do que Trump considera uma agenda “woke” – um termo usado para descrever o ‘despertar’ para uma consciência crítica em relação a questões de justiça social, desigualdade, discriminação e direitos humanos.

Um exemplo, no sentido inverso, veio logo no início do mandato de Trump, que ordenou que a Denali, a montanha mais alta da América do Norte, voltasse a ser chamada de Monte McKinley, em homenagem ao ex-presidente William McKinley (1897-1901). A designação em homenagem aos índios Denali foi determinada em 2015 por Barack Obama.

“Estereótipos prejudiciais”

Sobre a polêmicas dos nomes de equipes esportivas, há décadas o Congresso Nacional dos Índios Americanos (NCAI, na sigla em inglês) tem reafirmado sua oposição ao uso de mascotes, caricaturas e símbolos “temáticos” nativos não sancionados. Para eles, “essas representações não são homenagens – elas estão enraizadas no racismo, na apropriação cultural e na ignorância intencional. Por muito tempo, eles perpetuaram estereótipos prejudiciais que degradam, desumanizam e prejudicam o bem-estar dos povos nativos”.

Torcedores pintando os rostos como índios que vão à guerra e uso de roupas e cocares entram na lista de atitudes que entidades como o NCAI querem abolir.

O NCAI mantém um banco de dados de escolas de ensino fundamental e médio com equipes que possuem mascotes com temas nativos. Em 2023, esse banco ainda incluía cerca de 1.900 escolas – principalmente escolas de ensino médio. Os nomes preferidos incluem Índios, Bravos, Selvagens, Peles Vermelhas ou Homens Vermelhos. Também há várias referências a nomes de tribos locais, como os antigos Sioux Lutadores de Dakota, hoje chamados de Fighting Hawks.

Essa pressão foi crescendo ao longo dos anos e, na virada da última década, obteve sucesso não só com a renomeação dos Red Skins como Commanders, mas também do time de baseball de Cleveland, que trocou o nome Indians por Guardians, em 2021. Dois anos antes, a franquia já havia eliminado de suas propagandas a imagem do Chefe Wahoo, uma imagem estereotipada de um indígena americano, com pele vermelha e nariz protuberante.

Capacete com o antigo logotipo do Washington Redskins (Foto: Reprodução do Instagram/@wshredskins)

Mas nem todos mudaram. Ainda há pressão para que outra franquia da NFL, os Chiefs de Kansas City – que jogam no Brasil e setembro – mude de nome, assim como o time de baseball de Atlanta, os Braves, e o de hóquei de Chicago, os Blackhawks, nome de uma tribo.

No futebol americano colegial, há uma determinação da National Collegiate Athletic Association (NCAA) para banir esses nomes desde 2005, especialmente os considerados potencialmente “hostis ou abusivos”. Nada menos que 19 equipes mudaram de nomes desde então.

Chefe Wahoo, antigo mascote Cleveland Indians (Foto: Reprodução das redes sociais)

Mas houve isenções para as equipes que tivessem apoio oficial de tribos individuais para o uso de seus nomes e imagens, com base no princípio da soberania tribal.

O caso mais notório é a manutenção do nome Seminoles para o time de futebol da Florida State University. Nesse caso, a universidade tem estreita ligação cultural com a tribo, embora a torcida ainda faça o cântico de guerra conhecido como Tomahawk, enquanto balançam os braços como se estivessem usando uma machadinha. Tanto a torcida dos Chiefs, na NFL, como a dos Braves, na MLB, também fazem essa coreografia.

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