Mike Johnson diz que caso Epstein “não é uma farsa”

O presidente da Câmara dos Estados Unidos, Mike Johnson (Partido Republicano), afirmou que o caso envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein “não é uma farsa”. A declaração se deu durante uma entrevista à CBS News, divulgada na 5ª feira (24.jul), enquanto o governo enfrenta pressão por mais transparência sobre o caso.
Ainda durante a entrevista, Johnson afirmou que busca completa transparência nas investigações. “Queremos que todos os envolvidos de alguma forma com os males de Epstein —chamemos pelo que foram— sejam levados à justiça o mais rápido possível. Queremos que todo o peso da lei recaia sobre eles”, disse.
A fala de Johnson contradiz diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), que tem se referido ao caso como “a farsa de Jeffrey Epstein”. Em 19 de julho, Trump pediu a um tribunal federal a liberação das transcrições de depoimentos do grande júri relacionados ao financista, que morreu em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual infantil.
A solicitação se deu depois de o Wall Street Journal publicar que Trump teria contribuído com um desenho de uma mulher nua para o álbum de 50 anos de Epstein, em 2003. A imagem incluiria a mensagem: “Feliz Aniversário —e que cada dia seja outro segredo maravilhoso”. Trump negou envolvimento e anunciou um processo de US$ 10 bilhões contra o jornal por difamação.
O caso Epstein
O caso ganhou nova atenção depois que o Departamento de Justiça e o FBI divulgaram um relatório sobre as investigações federais. O documento afirma que não foram encontradas evidências de uma “lista de clientes” incriminadora nem de tentativas de chantagem a pessoas poderosas. Também confirmou que Epstein cometeu suicídio em 2019, enquanto estava preso em Nova York.
Na 4ª feira (24.jul), congressistas republicanos se uniram a democratas na Câmara dos Representantes para votar a intimação do Departamento de Justiça, a pedido de Trump, exigindo acesso a arquivos relacionados a Epstein e à sua associada, Ghislaine Maxwell.
Um juiz da Flórida já havia negado a divulgação de materiais do grande júri ligados às investigações da década de 2000, que terminaram sem acusações federais. Ainda não há decisão sobre os pedidos envolvendo os casos mais recentes, em Nova York.
Com o aumento da pressão política, Johnson decidiu antecipar o recesso de verão da Câmara, inicialmente previsto até 5ª feira (25.jul), encerrando as atividades já na 4ª feira (24.jul). A medida impediu, na prática, a votação no plenário sobre a liberação dos documentos do caso.
Questionado sobre o relatório do FBI e do Departamento de Justiça, Johnson afirmou: “Tenho a mesma preocupação e dúvida que muitas pessoas”. Ele também acusou os democratas de fazerem “jogos políticos” ao tentar forçar a votação no plenário sobre a divulgação de materiais.
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