A semelhança do novo presidente do PT com ministros de Lula

No último domingo, 6, ocorreu a eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT), que definiu Edinho Silva como o mais novo presidente da legenda que, entre outras figuras, abriga o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. E o novo chefe do petismo tem um ponto em comum com pelo menos quatro ministros do atual governo federal: o recente insucesso eleitoral.

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Edinho ganhou o desafio de ser o presidente do PT depois de sofrer derrota em seu domicílio eleitoral. Em 2024, ele, então prefeito de Araraquara (SP), apoiou a candidatura de sua ex-secretária de Saúde, Eliana Honain, também petista. A candidatura, entretanto, não deslanchou, e ela perdeu a disputa para Doutor Lapena, do Partido Liberal (PL) — sigla que tem Jair Bolsonaro como presidente de honra.

O fracasso em Araraquara não fez Edinho Silva perder o apoio de Lula. O presidente da República — assim como o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu — bancou a candidatura do ex-prefeito para o comando do petismo.

Presidente do PT se junta aos derrotados de Lula

Mais novo presidente do PT, Edinho se junta ao time de perdedores que atuam próximo a Lula. Na Esplanada dos Ministérios, quatro pastas têm na chefia um político que sofreu rejeição dos eleitores em 2022.

• Fernando Haddad — Ministério da Fazenda

Homem-forte das políticas econômicas do atual governo federal, Haddad, que também integra os quadros de filiados do PT, perdeu, no segundo turno, a disputa pelo governo de São Paulo. Foi superado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Antes disso, ele já havia sido derrotado em 2018, quando se candidatou a presidente da República no lugar de Lula, e em 2016, quando tentou se reeleger prefeito de São Paulo.

• Márcio França — Ministério do Empreendedorismo

Membro do PSB, França perdeu a vaga para o Senado por São Paulo em jogo nas eleições de 2022. Recebeu menos votos que o astronauta Marcos Pontes (PL), mas se livrou do desemprego ao ser nomeado por Lula para o Ministério de Portos e Aeroportos. Foi trocado por Silvio Costa Filho e acabou, como prêmio de consolação, deslocado, em setembro de 2023, para a então recém-criada pasta do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

• Simone Tebet — Planejamento e Orçamento

Concorrente de Lula e Bolsonaro na disputa presidencial de 2022, quando obteve pouco mais de 4% dos votos válidos, Simone Tebet (MDB) também integra a lista dos perdedores que ganharam vez no Executivo federal. Desde janeiro de 2023, ela responde pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

• Alexandre Silveira — Minas e Energia

Em 2022, Alexandre Silveira falhou na tentativa de se reeleger senador por Minas Gerais. O que não foi, necessariamente, um problema para ele. Integrante do PSD, foi escalado para chefiar o Ministério de Minas e Energia.

A esse time se junta Edinho Silva. Com a promessa de tentar reconstruir o PT, ele pode acabar, conforme reportagem da Edição 277 da Revista Oeste, como... "O coveiro do PT".

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