Comitê Olímpico dos EUA proíbe mulheres trans em torneios femininos

Jul 23, 2025 - 07:16
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Comitê Olímpico dos EUA proíbe mulheres trans em torneios femininos

O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) anunciou nesta segunda-feira, 21, uma nova política que proíbe a participação de mulheres trans em competições femininas organizadas por federações esportivas nacionais.

A decisão é uma resposta direta ao decreto executivo assinado pelo presidente Donald Trump em fevereiro deste ano, intitulado “Keeping Men Out of Women’s Sports” (“Mantendo Homens Fora dos Esportes Femininos”).

A mudança foi publicada discretamente no site oficial do USOPC, com a atualização da seção de política de elegibilidade de atletas transgêneros. O novo texto instrui: “A partir de 21 de julho de 2025, consulte a política de segurança do atleta do USOPC.”

Embora essa política não estabeleça diretrizes detalhadas sobre inclusão trans no esporte feminino, ela contém um parágrafo que cita diretamente o decreto presidencial. Em carta enviada às entidades esportivas nacionais, a CEO do USOPC, Sarah Hirshland, e o presidente Gene Sykes afirmaram que a organização tem uma “obrigação de cumprir com as expectativas federais”.

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Eles escreveram: “Nossa política revisada enfatiza a importância de garantir ambientes de competição justos e seguros para as mulheres", afirmam. "Todos os órgãos dirigentes nacionais devem atualizar suas políticas aplicáveis em alinhamento.”

O decreto de Trump, além de recomendar a exclusão de mulheres trans das categorias femininas, ameaça cortar repasses federais a entidades que permitam a participação dessas atletas. Segundo o comitê, “o USOPC tem se envolvido em uma série de conversas respeitosas e construtivas com autoridades federais” desde a assinatura do decreto.

Federações como a USA Fencing, de esgrima, e a USA Track and Field, de atletismo, já começaram a adequar seus regulamentos internos. A USA Fencing anunciou publicamente que seu novo regulamento entrará em vigor no dia 1º de agosto e definirá que só poderão competir nas provas femininas “atletas que sejam do sexo feminino”.

A organização de esgrima é alvo de críticas desde abril, quando a atleta Stephanie Turner se ajoelhou em protesto ao ser escalada para enfrentar uma adversária trans em uma competição em Maryland.

Debate sobre atletas trans vai ao Congresso dos EUA

Turner foi desclassificada e recebeu um “cartão preto”, que equivale à expulsão. O caso gerou grande repercussão e foi tema de uma audiência no Congresso norte-americano, onde Turner prestou depoimento contra o presidente da USA Fencing, Damien Lehfeldt.

Posteriormente, dois membros do conselho da organização processaram os demais diretores, com a alegação de que Lehfeldt teria feito declarações falsas ao Congresso. A USA Fencing comentou o processo em nota: “Essa ação derivada deturpa nossa organização, e defenderemos vigorosamente a instituição nos tribunais.”

O novo regulamento da federação também passa a permitir a inscrição, nas provas masculinas, de “todos os atletas que não sejam elegíveis para a categoria feminina, como mulheres trans, homens trans, atletas não binários, intersexuais e homens cisgêneros”.

A USA Gymnastics (Ginástica) também revisou sua política de elegibilidade e removeu de seu site o regulamento anterior. “Em maio, a USAG removeu sua política para avaliar a conformidade com o cenário jurídico atual”, afirmou um porta-voz da entidade.

O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com repórteres no gramado sul da Casa Branca, em Washington, DC - 15/7/2025 | Foto: Jonathan Ernst/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com repórteres no gramado sul da Casa Branca, em Washington, DC - 15/7/2025 | Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Já a USA Track and Field atualizou sua política oficial para adotar as diretrizes da World Athletics, que são mais restritivas quanto à participação de atletas trans do que as anteriormente previstas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A mudança veio assim que um atleta trans de 21 anos venceu adolescentes em uma competição realizada em Nova York, em março.

A medida do USOPC ocorre em um contexto mais amplo, marcado por legislações estaduais semelhantes. Atualmente, mais de vinte Estados norte-americanos já adotaram leis que proíbem a participação de mulheres trans em modalidades femininas.

O Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA supervisiona cerca de 50 federações nacionais, que abrangem desde níveis amadores até os mais altos patamares competitivos. Diante da nova diretriz, clubes locais e associações esportivas deverão ajustar seus próprios regulamentos para manter o vínculo com as entidades nacionais.

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