Quanto tempo de sono você precisa? A resposta pode estar nos genes

Jul 11, 2025 - 07:17
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Quanto tempo de sono você precisa? A resposta pode estar nos genes

Dormir é uma das necessidades fisiológicas mais importantes para a saúde humana. Sem um sono adequado, o corpo não consegue se recuperar física e mentalmente. Mas por que algumas pessoas têm problemas para dormir? Estudos indicam que fatores genéticos podem influenciar diretamente os padrões de sono de cada indivíduo.

Não existe um único gene responsável pelo sono, mas os cientistas já identificaram diversos genes que desempenham um papel importante nesse processo. Um exemplo é um estudo de 2019 que analisou dados genéticos de 446 mil participantes e identificou mais de 70 regiões genéticas associadas à duração do sono.

Os pesquisadores identificaram dados genéticos que podem contribuir para uma maior ou menor duração do sono. Inclusive, algumas dessas variantes genéticas estavam associadas a fatores como maior acúmulo de gordura corporal, mais sintomas de depressão e menos anos de escolaridade.

“Como parte de um conjunto mais amplo de pesquisas, nossas descobertas têm o potencial de ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para distúrbios do sono e condições relacionadas”, disse o coautor do estudo, Samuel Jones.

Os resultados sugerem que esses efeitos negativos podem estar relacionados tanto ao excesso quanto à falta de sono. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communications e é uma das maiores já realizadas sobre o tema.

Quanto tempo preciso dormir?

Não existe uma quantidade de sono ideal que sirva para todas as pessoas, pois os genes podem influenciar justamente nessa necessidade. Por exemplo, enquanto algumas pessoas conseguem funcionar bem dormindo apenas quatro horas por noite, outras precisam de mais de oito horas para se sentirem descansadas e produtivas.

De forma geral, associações médicas recomendam que adultos devem dormir entre sete e nove horas por noite para garantir o descanso físico e mental. Já os mais jovens precisam de ainda mais horas de sono; no caso dos bebês de colo, a necessidade fisiológica pode chegar a até 16 horas por dia.

A imagem mostra uma mulher acordando em uma cama com as mãos no rosto.
O sono é essencial para diversas funções vitais do corpo humano. • Créditos: Freepik

Segundo a divisão de medicina do sono da Universidade de Harvard, a maioria dos adultos deve dormir pelo menos oito horas por noite. A necessidade de sono varia de pessoa para pessoa, mas geralmente a baixa qualidade do sono pode aumentar o risco de diabetes, infarto, ansiedade, depressão, entre outros problemas de saúde.

Ou seja, a média de descanso para a maioria das pessoas é de oito horas por noite, mas algumas podem precisar de mais ou menos tempo para se sentirem realmente recuperadas.

Papel do ciclo circadiano

As condições da natureza fizeram com que os seres humanos se tornassem uma espécie diurna, que costuma descansar durante a noite e realizar suas atividades durante o dia. Esse padrão está diretamente ligado ao ciclo circadiano, um ritmo biológico que regula diversas funções do corpo.

O ciclo circadiano funciona como um relógio interno de aproximadamente 24 horas, capaz de detectar a presença ou ausência de luz no ambiente. Durante a noite, esse mecanismo natural estimula a produção de melatonina, o hormônio que prepara o corpo para o sono.

“O ciclo circadiano é controlado por uma região do cérebro conhecida como hipotálamo , que é o centro mestre para integrar informações rítmicas e estabelecer padrões de sono… O sinal natural do padrão circadiano é a mudança da escuridão para a luz”, descreve a enciclopédia Britannica.

Assim como a duração do sono, o funcionamento do relógio circadiano pode variar de pessoa para pessoa. Embora a maioria das pessoas se sinta mais ativa durante o dia, algumas podem apresentar genes para serem mais alertas e produtivas à noite.

Além dos genes, diversos outros fatores como hábitos de vida, idade, exposição à luz, rotina e outros também podem influenciar esse padrão.

Genes e o sono

Pessoas que possuem genes associados à menor necessidade de sono podem se sentir ativas e produtivas ao longo do dia, sem sofrer as consequências negativas que são normalmente observadas em quem dorme pouco.

Em 2010, uma pesquisa identificou que algumas pessoas que dormem menos possuem variações genéticas raras. Essas características tornam o sono mais eficiente e permitem que o corpo descanse melhor em menos tempo.

Um estudo mais recente, publicado em 2025 na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), identificou uma mutação genética que permite que algumas pessoas se mantenham funcionais dormindo apenas de três a seis horas por noite.

A mutação foi identificada em uma mulher de 70 anos, que relatava dormir cerca de 6,3 horas por noite e se sentia totalmente ativa durante o dia. Ela não apresentou nenhum problema de saúde aparente relacionado à redução do tempo de sono.

Ao site The Conversation, os pesquisadores Kelly Sansom e Peter Eastwood explicam que o problema é que a maioria das pessoas que dorme pouco não apresenta esses genes raros. Por isso, elas acabam sofrendo com os efeitos negativos relacionados à privação do sono.

Entre os principais sintomas da privação de sono estão:

  • Cansaço;
  • Falta de concentração;
  • Alterações de humor;
  • Problemas de memória;
  • Dores de cabeça;
  • Ansiedade;
  • Depressão.

Os efeitos a longo prazo podem ser ainda mais prejudiciais para pessoas que dormem menos de sete horas por noite, pois isso pode aumentar o risco de infarto, AVC, Alzheimer e outras doenças graves.

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