De LREN3 a BBAS3: os possíveis destaques positivos e negativos na temporada do 2º tri


A temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) começou a ganhar força nesta semana, com investidores de olho em quais são os possíveis destaques positivos e negativos para o período.
Para a equipe de estratégia do Santander, empresas ligadas à economia doméstica podem ser destaques positivos, ainda que a divulgação dos números se dê em um cenário de maior desaceleração da economia por conta da Selic a 15%. Enquanto isso, o noticiário sobre as tarifas de 50% anunciadas pelos EUA contra o Brasil também estão em destaque.
O banco cita 5 papéis que podem ser destaques positivos e três negativos. Entre os positivos, estão: C&A (CEAB3), Lojas Renner (LREN3), Totvs (TOTS3), Vivo (VIVT3) e BTG Pactual (BPAC11). Já os negativos são Banco do Brasil (BBAS3), RD Saúde (RADL3) e Usiminas (USIM5).
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O Itaú BBA aponta que a temporada apresentará tendências mistas, positivas no aspecto operacional, enquanto as estimativas de resultados começam a refletir os picos das taxas de juros. “Vemos o pilar de resultados como ligeiramente negativo [para a tese em Bolsa] devido a: i) crescimento decente dos lucros, apesar de vir de uma base de comparação baixa para 2024; ii) revisões ligeiramente negativas no nível consolidado do Ibovespa; e iii) risco de queda nas estimativas futuras devido à queda dos preços das commodities e à desaceleração da atividade econômica”, avalia a equipe.
O BBA tem 5 nomes positivos para a temporada de resultados, tendo BTG Pactual e C&A como nomes em comum ao Santander. Além deles, Bradesco (BBDC4), Suzano (SUZB3) e Marcopolo (POMO4) estão na lista do banco para o 2T.
Confira os destaques positivos, segundo o Santander e o Itaú BBA:
C&A Modas (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3)
As varejistas de vestuário entram no 2º trimestre de 2025 (2T25) com bases de comparações fáceis ante o 2T24 após o inverno ameno do ano passado, com a Renner também impactada no ano anterior pelas enchentes no Rio Grande do Sul de 2024.
O Santander projeta vendas mesmas lojas (SSS) da Renner em 15%, margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do varejo subindo 115 pontos-base ano a ano, e uma contribuição ainda positiva do financiamento ao consumidor.
Para a C&A, o Santander projeta SSS de cerca de 17% em vestuário sobre uma base de +13%, impulsionando alavancagem operacional que eleva o Ebitda em 24% ano a ano.
Já o Itaú BBA prevê um sólido crescimento de 18% para o segmento de vestuário da C&A, enquanto a margem bruta do varejo deve melhorar em 130 pontos-base em relação ao ano anterior, para 54,3%.
Telefênica Brasil, ou Vivo (VIVT3)
O Santander projeta que a Vivo reporte resultados no 2T25 com melhora, impulsionados por crescimento robusto da receita, Ebitda e lucro líquido.
“Projetamos receita líquida de R$ 14,6 bilhões no 2T25, crescimento de 6,8% ano a ano. No segmento móvel, projetamos crescimento de 7,3% na receita média por assinante (MSR), uma aceleração em relação aos +6,5% do 1T25”, avalia o Santander.
Totvs (TOTS3)
No caso da Totvs, o Santander projeta manutenção de um ritmo saudável de expansão, com visão de crescimento de 17% na receita consolidada — levando em consideração a incorporação parcial da unidade de techfin. “As margens da empresa de tecnologia também devem melhorar, impulsionadas pela unidade de softwares de gestão, que continua sendo o pilar de maior eficiência da Totvs”, aponta.
BTG Pactual (BPAC11)
Os estrategistas do Santander esperam lucro líquido ajustado de R$ 3,6 bilhões, alta de 23% ano a ano e 8% trimestre a trimestre, levando a um ROAE (Retorno Médio sobre o Patrimônio Líquido) de 24%.
“O banco deve se beneficiar da melhora no sentimento do mercado brasileiro no 2T25, o que pode favorecer receitas de banco de investimento e vendas & trading, que tiveram desempenho mais fraco no 1T25 devido a incertezas. Além disso, esperamos outro trimestre forte para crédito corporativo e gestão de patrimônio, com ganhos adicionais de eficiência”, avalia a equipe de estratégia. Por outro lado, a receita de gestão de ativos pode apresentar desempenho fraco, principalmente pela falta de taxas de performance e dividendos de gestores independentes.
Para o Itaú BBA, o BTG deve ser o destaque positivo no mercado de capitais, combinando o desempenho superior dos negócios com clientes com maiores retornos sobre o patrimônio líquido (ROEs).
Bradesco (BBDC4)
O Itaú BBA também vê o Bradesco como positivo no 2T. “Sua carteira de crédito, com expansão da margem financeira líquida (NIM), juntamente com fortes tendências em seguros, deve impulsionar os lucros mais uma vez e melhorar as perspectivas para o ano fiscal de 2025/26”, avalia o banco.
Suzano (SUZB3)
O BBA projeta resultados sequencialmente mais fortes para a Suzano no 2T25, com Ebitda consolidado de R$ 5,960 bilhões, alta trimestral de 22,5%, impulsionado por maiores vendas e menores custos. Além disso, o primeiro trimestre de 2025 foi impactado por um cronograma intenso de paradas para manutenção, havendo uma melhora no 2T.
Marcopolo (POMO4)
O Itaú BBA espera que os resultados da Marcopolo no 2T25 superem ligeiramente o consenso dos investidores institucionais, com melhora sequencial da margem, apoiada por um mix de produtos mais favorável.
As estimativas são de uma margem Ebitda de 16,6%, ou R$ 360 milhões. A recente valorização do real deve ter um impacto positivo nos resultados financeiros, sustentando a estimativa do BBA de lucro líquido de R$ 290 milhões.
Confira os destaques negativos, segundo o Santander:
Banco do Brasil (BBAS3)
O Santander projeta lucro líquido ajustado de R$ 4,8 bilhões (contra R$ 7,4 bilhões no 1T25) para o Banco do Brasil (BBAS3).
“Nossos números mais fracos refletem a piora nos empréstimos ao agronegócio durante o trimestre, que provavelmente levou a um aumento na formação de inadimplência e, consequentemente, a provisões maiores. Também observamos tendências mais fracas na receita, com desaceleração no crescimento dos empréstimos combinada com menor receita de juros”, avalia o banco.
RD Saúde (RADL3)
O tão esperado e desafiador 2T25 devido a menores reajustes da CMED finalmente ocorreu, avalia o Santander. Os analistas apontam a receita bruta crescendo 12,5% ano a ano e vendas mesmas lojas maduras em 4,3%, com expectativa de melhora nas vendas farmacêuticas e menos efeitos relacionados ao calendário. “Projetamos queda de 70 pontos-base na margem bruta para 27,5%, devido a preços mais fracos e gastos com competitividade. A margem Ebitda ajustada pode cair 133 pontos-base ano a ano para 6,6%, levando a uma queda de 6,3% no Ebitda”, avalia.
Usiminas (USIM5)
No 2T25, os preços médios do aço plano doméstico brasileiro caíram 8% trimestre a trimestre e no acumulado do ano, pressionados por altos níveis de importação a preços mais atrativos e pela desvalorização do real frente ao dólar, avalia o banco.
Diante desse cenário, o Santander espera que o Ebitda consolidado da Usiminas no 2T25 caia 40% trimestre a trimestre, para R$ 439 milhões (margem de 7%), refletindo preços realizados mais baixos em ambas as divisões e custos unitários mais altos.
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